Estava triste, muito triste e no mar fui poisar meu olhar
No horizonte um enorme rochedo erguia-se
qual Adamastor
Do outro lado,
as ondas batiam demansinho
como que querendo me sossegar
Continuando a perscrutar,
o areal estendia-se
numa solidão imensa,
somente
quebrada pelos paus das barracas
que no estio tinham animado
aquele lugar
Vi o mar,
que enorme e forte alegria!
Mas.....
continuava triste, muito triste!
Com o verão a chegar ao fim, nada como passar a tarde num dos jardins mais bonitos de Lisboa para compensar antecipadamente os dias de chuva do inverno que se aproxima.
Jardim Garcia da Horta
Já há sinais do Outono
As folhas vão mudando de cor
Mas ainda há flores a rebentar
As palmeiras levam-nos para outras latitudes
Os lagos fazem-nos recordar os quentes dias do verão que acabou
Afinal estamos na Europa ou em África ou no Brasil?
À saída, um merecido descanso
CIDADE
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Bryner, 1944
Saberemos nós envelhecer?
"A sua robustez física prometia pelo menos mais vinte anos de vida, não apenas como uma simples mulher de meia-idade, mas como uma mulher envelhecida, e, claro que era desanimador, nas brilhantes manhãs de Primavera, olhar o espelho do seu quarto com essa espécie de realismo que ainda a redimia de ser uma pessa comum. Era obrigada a reconhecer que o seu rosto não tinha resistido tão triunfalmente como os órgãos que a mantinham ao período crítico que acabara de passar viva. O seu corpo voara como uma poderosa ave através e por cima dos ramos emaranhados dos últimos anos, mas o seu rosto tinha agora as marcas desse voo. Ultimamente, a Sra. Stone saíra várias vezes para rua com uma maquilhagem tão artificiosa como que usava no palco, mas o sol de Roma não era propício ao disfarce, e ela sabia que a olhavam não só com reprovação mas também com troça. Pintara o cabelo com um tom escuro, quase castanho, e começou a usar chapéus com abas muito largas num tecido rendilhado que filtrava a luz de um modo lisongeiro, mas no fundo do seu espírito havia sempre a sombra de uma suspeita, ainda não tornada pensamento, de que algo de mais radical do que estes expedientes devia mais cedo ou mais tarde ser conjecturado para a preparar para essa longa caminhada que aparentemente estava ainda à sua frente"
Tennessee Williams in A Última Primavera
Cairam as primeiras chuvas
e as flores começaram a perder o seu rosa vivo
para nos trazer o castanho da estação que se avizinha;
As árvores despiram-se das suas folhas verdes
para nos mostrarem o castanho dos seus ramos;
Os ramos das árvores juncam de castanho
o chão dos nossos espaços;
Uma folha aprisionada nas grades verdes do jardim
exibe o seu luminoso castanho dourado.
Pois é, prenúncios de um Outono que não tarda em chegar.
Tal como na vida, todas as estações têm o seu encanto!
Não quisemos perder a Exposição da Colecção RAU no Museu Nacional de Arte Antiga
Uma colecção enorme com obras lindíssimas
A seguir a ver tantos quadros, nada como dar uma volta no jardim do Museu
Sentar um pouco à borda do lago
Por fim, procurar uma mesa e almoçar
Os pombos agradecem
Quando uma fotógrafa amadora descobre que,
com uma máquina digital e um computador,
todas as experiências são possíveis,
pois os gastos são quase nulos,
dá asas á imaginação
até que....
ela apareça redonda e cheia!
Mas dado a imaginação ser fértil,
porque não chamar a este "post"
"Lisboa á Noite" vista da minha varanda?
ou
ainda
"Fogo de Artificio"
numa noite de luar?
OU......
Deixo à vossa imaginação!
"Foi no decorrer do ano maldito, do ano a que chamámos "o festim do sol". É que o sol, nesse ano, dilatou o deserto. Brilhou e brilhou sobre as areias, entre as ossadas, as sarças secas, as peles transparentes dos lagartos mortos e essa erva dos camelos mudada em crinas. Aquele que faz crescer os caules das flores tinha devorado as suas criaturas e reinava sobre os cadáveres dispersos delas, da mesma maneira que a criança reina sobre os brinquedos que destruíu.
Absorveu até as reservas subterrâneas e bebeu a água dos poços existentes. Absorveu mesmo os dourados das areias, que se tornaram tão vazias e brancas, que baptizámos a região como o nome de espelho. É que um espelho não contem absolutamente nada e as imagens que o recheiam não têm peso nem duração. É que um espelho queima por vezes os olhos, como um lago de sal."
Saint-Exupéry in Cidadela
"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica"
Norman Vincent
Mais um quadro de pintor anónimo do séc. XXI, posto aqui para que o ditado não se cumpra!
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