Sexta-feira, 29 de Setembro de 2006

Estado d'alma

 Estava triste, muito triste e  no mar fui poisar meu olhar

No horizonte um enorme rochedo erguia-se

qual Adamastor

Do outro lado,

as ondas batiam demansinho

como que querendo me sossegar

 

Continuando a perscrutar,

o areal estendia-se

numa solidão imensa,

somente

quebrada pelos paus das barracas

 que no estio tinham animado

aquele lugar

 

Vi o mar,

que enorme e forte  alegria!

Mas.....

 continuava triste, muito triste!

publicado por jo às 22:23

link do post | comentar | ver comentários (34) | favorito
Segunda-feira, 25 de Setembro de 2006

DESPEDIDA DO VERÃO

Com o verão a chegar ao fim, nada como passar a tarde num dos jardins mais bonitos de Lisboa para  compensar antecipadamente os dias de chuva do inverno que se aproxima.


Jardim Garcia da Horta

Já há sinais do Outono

As folhas vão mudando de cor

Mas ainda há flores a rebentar

As palmeiras levam-nos para outras latitudes

Os lagos fazem-nos recordar os quentes dias do verão que acabou

Afinal estamos na Europa ou em África ou no Brasil?

À saída, um merecido descanso

publicado por soaresesilva às 00:34

link do post | comentar | ver comentários (30) | favorito
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2006

Cidade - Asfixia

 

CIDADE

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.

Sophia de Mello Bryner, 1944

publicado por jo às 22:23

link do post | comentar | ver comentários (24) | favorito
Segunda-feira, 18 de Setembro de 2006

ENVELHECER

Saberemos nós envelhecer?


MATISSE
Mulher com chapéu


"A sua robustez física prometia pelo menos mais vinte anos de vida, não apenas como uma simples mulher de meia-idade, mas como  uma mulher envelhecida, e, claro que era desanimador, nas brilhantes manhãs de Primavera, olhar o espelho do seu quarto com essa espécie de realismo que ainda a redimia de ser uma pessa comum. Era obrigada a reconhecer que o seu rosto não tinha resistido tão triunfalmente como os órgãos que a mantinham ao período crítico que acabara de passar viva. O seu corpo voara como uma poderosa ave através e por cima dos ramos emaranhados dos últimos anos, mas o seu rosto tinha agora as marcas desse voo. Ultimamente, a Sra. Stone saíra várias vezes para rua com uma maquilhagem tão artificiosa como que usava no palco, mas o sol de Roma não era propício ao disfarce, e ela sabia que a olhavam não só com reprovação mas também com troça. Pintara o cabelo com um tom escuro, quase castanho, e começou a usar chapéus com  abas muito largas num tecido rendilhado que filtrava a luz de um modo lisongeiro, mas no fundo do seu espírito havia sempre a sombra de uma suspeita, ainda não tornada pensamento, de que algo de mais radical do que estes expedientes devia mais cedo ou mais tarde ser conjecturado para a preparar para essa longa caminhada que aparentemente estava ainda à sua frente"

Tennessee Williams in A Última Primavera





publicado por soaresesilva às 13:06

link do post | comentar | ver comentários (41) | favorito
Sexta-feira, 15 de Setembro de 2006

Cores de Outono

Cairam as primeiras chuvas

e as flores começaram a perder o seu rosa vivo

para nos trazer  o castanho da estação que se avizinha;

As árvores despiram-se das suas folhas verdes

para  nos mostrarem o castanho dos seus ramos;

Os ramos das árvores juncam de castanho

o chão dos nossos espaços;

Uma folha aprisionada nas grades verdes do jardim

exibe o seu luminoso castanho dourado.

Pois é, prenúncios de um Outono que não tarda em chegar.

Tal como na vida, todas as estações têm o seu encanto!

publicado por jo às 21:49

link do post | comentar | ver comentários (37) | favorito
Quarta-feira, 13 de Setembro de 2006

CULTURA E LAZER

Não quisemos perder a Exposição da Colecção RAU no Museu Nacional de Arte Antiga

Uma colecção enorme com obras lindíssimas


A seguir a ver tantos quadros, nada como dar uma volta no jardim do Museu

Sentar um pouco à borda do lago



Por fim, procurar uma mesa e almoçar


Os pombos agradecem




publicado por soaresesilva às 20:09

link do post | comentar | ver comentários (20) | favorito
Sábado, 9 de Setembro de 2006

Experiências

Quando uma fotógrafa amadora descobre que,

com uma máquina digital e um computador,

todas as experiências são possíveis,

pois os gastos são quase nulos,

dá asas á imaginação

até que....

 

 

 

 

 

 

 ela apareça redonda e cheia! 

Mas dado a imaginação ser fértil,

porque não chamar a este "post"

"Lisboa á Noite" vista da minha varanda?

 

ou

 

ainda

 

"Fogo de Artificio"

numa noite de luar?

OU......

Deixo à vossa imaginação! 

publicado por jo às 23:19

link do post | comentar | ver comentários (29) | favorito
Quarta-feira, 6 de Setembro de 2006

O CALOR - REFLEXOS E REFLEXÕES


Orlando Mattos

"Foi no decorrer do ano maldito, do ano a que chamámos "o festim do sol". É que o sol, nesse ano, dilatou o deserto. Brilhou e brilhou sobre as areias, entre as ossadas, as sarças secas, as peles transparentes dos lagartos mortos e essa erva dos camelos mudada em crinas. Aquele que faz crescer os caules das flores tinha devorado as suas criaturas e reinava sobre os cadáveres dispersos delas, da mesma maneira que a criança reina sobre os brinquedos que destruíu.
Absorveu até as reservas subterrâneas e bebeu a água dos poços existentes. Absorveu mesmo os dourados das areias, que se tornaram tão vazias e brancas, que baptizámos a região como o nome de espelho. É que um espelho não contem  absolutamente nada e as imagens que o recheiam não têm peso  nem duração. É que um espelho queima por vezes os olhos, como um lago de sal."

Saint-Exupéry in Cidadela

publicado por soaresesilva às 19:54

link do post | comentar | ver comentários (22) | favorito
Domingo, 3 de Setembro de 2006

Critica

"O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica"

Norman Vincent

Mais um quadro de pintor anónimo do séc. XXI, posto aqui para que o ditado não se cumpra!

 

publicado por jo às 23:28

link do post | comentar | ver comentários (22) | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Junho 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

.posts recentes

. Alenquer

. INVERNO

. Feliz Ano Novo

. ANIVERSÁRIO

. Cinismos de Verão

. NEVOEIROS DE SÃO PEDRO DE...

. COMPENSAÇÃO PERANTE A CRI...

. Homenagem a Rafael Bordal...

. CAPARICA

. Páscoa Feliz

.arquivos

. Junho 2013

. Janeiro 2012

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Janeiro 2008

. Dezembro 2007

. Novembro 2007

. Outubro 2007

. Setembro 2007

. Agosto 2007

. Julho 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Julho 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

. Fevereiro 2006

. Janeiro 2006

. Dezembro 2005

. Novembro 2005

.links

blogs SAPO

.subscrever feeds