Hoje, dia que se foi fechando sobre si mesmo, retirando-nos o sol que, a quase todos nós, nos retempera a alma, termino com um apontamento de humor mordaz da poetiza e escritora Adília Lopes:
"
Um escritor escreveu uma autobiografia
em que se limitou a contar que ao pequeno almoço bebia café com leite
e comia pão com geleia de laranja
assinou a autobiografia com o seu nome
e nenhuma empregada de supermercado
o importunou
mas depois de ter o livro publicado
sempre que bebia café com leite e comia pão com geleia de laranja
ao pequeno almoço
sentia-se mal como se estivesse num palco ou num circo
a ter de beber café com leite e a ter de comer pão com geleia de laranja
diante dos olhos que abolem a privacidade
e por se sentir assim passou a comer flocos de aveia
"
E pois parece que lhes toca mais aos Portugueses, que a outra nação do mundo, o dar-lhes conta desta generosa paixão, a quem sòmente nós sabemos o nome, chamando-lhe saudade, quero eu agora tomar sobre mi esta esta notícia. Florece entre os Portugueses a saudade por duas causas, mais certas em nós que em outra gente do mundo; porque de ambas estas causas tem o seu princípio. Amor e ausência são os pais da saudade; e como o nosso natural é, entre as mais nações, conhecido por amoroso, e as nossas dilatadas viagens ocasionam as maiores ausências; de aí vem que donde se acha muito amor e ausência larga, as saudades sejam mais certas, e esta foi sem falta a razão por que entre nós habitassem, como em seu natural centro.
Os milionários do nosso tempo têm casas em todo o mundo, trabalham em mobilidade total, fazem milhares de quilómetros para se divertirem e põem os filhos em escolas internacionais.De acordo com o "World Wealth Report" de 2005, existem agora a nível mundial 8,3 milhões de milionários, mais 7,3% do que no ano passado, detendo bens no valor de 24,6 mil milhões de euros. Além disso, a parte superior desse espectro - aqueles que valem mais de 24 milhões - está a crescer mais depressa.O combustível que alimenta esta elte altamente móvel a nível global -<o dinheiro - não para de chegar. O WWR de 2005 faz notar que há um número cada vez maor de "milionários do mercado médio", executivos de empresas que valem 4 a 24 milhões de euros e que ainda não descobriram o seu poder de compra.
"excerto dum artigo publicado no Expresso de 21 Out 06"
Tomar conhecimento desta realidade galopante é chocante, pois também todos os dias nos confrontamos com noticias dos milhares de desempregados que grassam pelo mundo e, pior, com os milhões e milhões de SERES que vivem abaixo do limiar da pobreza, quem sabe, se na maioria, não foram vitimas de alguns dos que têm fortunas ganhas sabe Deus como.
Porquê?????
imagens tiradas da internet
Não se perdeu
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade
Poema de Sophia de Melo Breyner, uma das maiores "poetas" portuguesas
Acrilico sobre tela de Manuela Jara de Carvalho, que, só passadas algumas décadas da sua existência, nos revela a sua alma de pintora.
Tal como as folhas são atiradas para a sarjeta,
também os nossos idosos
o seu destino, hoje em dia,
é serem atirados para lares
onde, na maioria deles,
permanem como peças obsoletas num
armazém ao abandono.
Dignifique-se a qualidade de vida destes
seres, que já tanto deram à
SOCIEDADE, AMANDO-OS.
Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir na chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
José Gomes Ferreira
Uma só Península
- a Ibérica -
Dois países
- Portugal -
- Espanha -
Dois regimes
-um Republicano -
- o outro Monárquico -
Duas Mulheres figuras de referência
- uma 1ª Dama -
-a outra Rainha -
Iberismo?
Que semelhanças?
VIVA PORTUGAL!
VIVA A REPUBLICA!
São deliciosos os serões que a EDP-Electicidade de Portugal nos proporciona com os seus "apagões". Não há televisão, não há internet, não há telefonia e muitas vezes não há telefone. Acendem-se velas pela casa e consegue-se finalmente conversar.
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