À MARGARIDA
Mark Weerda
Cumpriram-se todos os rituais apropriados à ocasião:
As velas
As flores
A Missa
Os cânticos
As lágrimas
O meu último gesto foi apagar o teu nome do telemóvel
Diana e Cupido - óleo de Pompeo Batoni
"...O amor é capaz de converter as coisas mais baixas e vis, sem qualquer valor, em coisas dignas e elevadas. O amor não vê com os olhos, mas sim com a alma, e por isso pintaram cego o alado Cupido. Nem o Amor revelou alguma vez discernimento. Cego e alado é emblema da sua imprudente impetuosidade: diz-se que o amor é como uma criança, porque na sua escolha erra frequentemente. Tal como os rapazes traquinas que a brincar negam as suas faltas, assim mente o Amor...."
Shakespeare
Sonho de Uma Noite de Verão
Fala de Helena - Cena I - Primeiro acto
Aqui e ali
Na relva dos jardins
Nas matas
Nos valados
Vê-se que a Primavera
Não demorará muito a chegar
Fotos Luisa - Fevereiro de 2007
Em solidariedade para quem está com gripe...
O Médico - Quadro de Frederick Hardly
Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusex un peu ...Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Álvaro de Campos in Obras completas de Fernando Pessoa
Edições Ática - Lisboa - 1964
Em 2007 cumprem-se cem anos sobre o nascimento de Adolfo Correia Rocha cujo peseudónimo literário é Miguel Torga.
Nasceu em 12 de Agosto de 1907, numa aldeia de Trás-os-Montes, São Martinho de Anta.
Morreu em Coimbra, em 17 de Janeiro de 1995.
São Martinho de Anta - casa onde nasceu Miguel Torga
Foi médico, contista, poeta, dramaturgo, romancista, diarista, ensaista e tribuno.
BRINQUEDO
Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E corto-lhe o cordel.
Diário, vol.II, in Poesia Completa, Lisboa
2ª ed. Publicações D. Quixote, 2002
Klimt
Estive hoje a reler a Utopia de Thomas More, uma das obras-primas do Renascimento. Ele imaginou concretizada numa terra longínqua, a organização ideal da sociedade, oferecendo-nos, deste modo, uma descrição magnífica do que poderíamos chamar o Estado socialista e democrático perfeito.
Deixo apenas um pequeno extracto desse fantástico livro e depois dir-me-ão se encontram alguma semelhança entre a ilha da Utopia por ele idealizada e a nossa cidade.
"Da vida e das mútuas relações entre os cidadãos
Dentro do perímetro da cidade, um pouco fora das muralhas, existem quatro grandes hospitais, amplos e espaçosos, que se assemelham a quatro pequenas cidades. A sua amplidão tem como fim impedir que os doentes, por mais numerosos que sejam, não estejam demasiado amontoados, em condições desconfortáveis e incómodas; e também com o fim de poderem ser isolados dos restantes os doentes que sofram de males contagiosos, para evitar o perigo a isso inerente.
Os hospitais estão tão bem organizados e fornecidos de tudo o que é necessário para o restabelecimento dos doentes, os cuidados assíduos dos médicos mais hábeis são tão carinhosos, que, não sendo ninguém obrigado a utilizá-los contra sua vontade, não há ninguém, no entanto, que, em caso de doença, não prefira tratar-se no hospital a fazê-lo em sua própria casa."
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