Durante muitos anos reuni em colecção reproduções de quadros de artistas que retratavam crianças. Andei muito por alfarrábios e velhas papelarias à procura desse tipo de gravuras. Sempre que ia a um museu, procurava trazer postais com crianças e todos os meus amigos tinham o cuidado de fazer o mesmo durante as suas viagens.
Cataloguei-os e reuni-os em velhos dossiers de cartão. Fiz fichas e listas para tornar mais fácil a sua pesquiza.
Então entrou em minha casa a Internet. Agora podia ter à minha disposição todos os pintores e escultores do mundo! Mas, ao contrário do que seria de esperar, perdi o interesse pela colecção...É que o encanto da busca tinha-se quebrado. Agora, em poucos segundos, saltavam no écran milhares e milhares de obras. Assim já não tinha graça. Era fácil demais! Contudo guardei esses dossiers e é um pouco do que lá guardei que hoje vos trago.
Trata-se de reproduções da pintora Mary Cassatt, nascida na Pensilvania em 22 de Maio de 1844. Depois de viajar por toda a Europa, fixou-se em França onde expôs com os Impressionistas. Morreu em Paris em 14 de Junho de 1926.
Foi com grande orgulho que recebi a notícia de que o nosso ex-Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, tinha sido designado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Sr. Ban Kin-Moon, para o cargo de alto representante da ONU para o Diágolo das Civilizações. É o reconhecimento, a nível internacional, das qualidades políticas e humanas deste português.
Diz Jorge Sampaio que a sua prioridade será o conflito entre Israel e a Palestina. Oxalá a sua acção tenha o maior êxito.
Acho que todos os portugueses estão de parabéns!
Vou muitas vezes à estante e tiro um livro ao acaso. Desta vez veio-me à mão uma obra de Virgil Gheorghiu, A Casa de Petrodava. Não o lia há anos e foi um prazer relê-lo. Deixo-vos um extracto deste belo romance.
" - É justamente porque o conheço e me conheço que mais hesito - diz Roxana - Como poderemos viver juntos se somos tão diferentes um do outro? Em primeiro lugar, não conseguirá suportar a minha natureza. Sou toda gravidade. Toda violência. Exactamente como a água duma fonte subterrânea que, no instante em que conseguiu quebrar a rocha que a conservava prisioneira e sair à superfície, parte em linha recta, sem um meandro, sem um olhar para ela própria ou para o que a rodeia. A nascente torna-se torrente. Eu assemelho-me a ela. No instante em que me atire do alto da rocha materna para a vida torno-me torrente. No instante em que me resolva a partir, ninguém já me poderá deter. Caio da minha rocha verticalmente, em cascata, para o cumprimento do meu destino, para o meu fim. Desdedaço-me, esmago-me e esmago as rochas que estão ao pé de mim. Como a torrente. A espumar. Mas jamais conhecendo outra direcção que não seja a linha recta."
C. Virgil Gueorghiu, nascido na Roménia em 1916, foi para França depos de segunda guerra mundial e tornou-se famoso com um livro que é, sem dúvida, uma obra-prima do século XX: A 25ª Hora. A seguir, escreveu uma vasta obra, ingressando depois nas Ordens Sagradas, tornando-se padre ortodoxo em Paris.Morreu em 1992.
Com o avanço do betão, muitos e muitos jardins vão desaparecendo mas na minha zona, embora escondidos, ainda existem alguns, mantidos pelo amor à natureza dos seus donos.
O que estará por detrás desta folhagem?
Espreitemos...
Um velho pinheiro amparado por flores lilás
Um lindo poço cheio de água para saciar as plantas
Um recanto abrigado do sol e do vento
Aqui a natureza impôs-se ao jardineiro
Os gerânios ficam sempre bem
Basta ir à varanda para espreitar a Primavera
Quase o balcão do Romeu e Julieta
Escondidos mas bonitos os jardins dos meus vizinhos
O BEIJO - Gustav Klimt
Do amor fica sempre uma canção.
Fica um sinal na pele. Fica um sinal.
Do amor fica um sim e fica um não.
Fica o sol e a sombra. Fica o sal.
Do amor fica sempre um coração
a pulsar na memória o tempo breve
de sua chama a arder um só verão.
Do amor fica amor que se não teve.
Fica uma réstea e um rasto de navio.
Do amor o que fica é um passar
que do amor como o tempo é ser um rio
como um rio fluir e assim ficar.
E por isso de amor este arrepio
de se morrer (de se viver) de amar.
Manuel Alegre in Coisa Amar (Coisas do Mar) P&R - 1976
. jo
. Alenquer
. INVERNO
. NEVOEIROS DE SÃO PEDRO DE...
. COMPENSAÇÃO PERANTE A CRI...
. Homenagem a Rafael Bordal...
. CAPARICA
. Os meus links
. 858
. Collybry
. A Saloia
. Palavras Livres (Cidalia Santos)
. Ilhas
. sokedih
. bettips