Quarta-feira, 7 de Novembro de 2007
Pintura de Maria Helena Vieira da Silva
De vez em quando releio as poesias de Mário de Sá-Carneiro, um poeta que está um pouco esquecido mas que, para mim, é um dos melhores da nossa literatura.
Alguns extractos do poema Dispersão:
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
é com sadades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.
As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei...
Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa, em 19 de Maio de 1890; suicidou-se em Paris, em 26 de de Abril de 1916.
Querida Luísa!
"Ai como tenho saudades dos sonhos que não sonhei..."
Beijos
Luisa como é bom recordar. E tu vais fazendo a memória vir ao cimo. Belos tempos de mais paz e sossego. Bj amiga
Luisa bom dia
Acabei de colocar no meu blog uma brincadeira e gostava de te convidar. bj
De
Manuel a 8 de Novembro de 2007 às 16:39
Ai, como tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei...
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Olá.
Passei por aqui, não para comentar, mas para deixar uma saudação. Mas perante um poema como este, fica-se de boca aberta. E quase sem saber o que dizer. É claro que sempre se pode dizer 'qualquer coisa'.
Perante o meu ponto de vista, acho que só podemos ter saudades daquilo que já tivemos. Mas, este poeta, vai além dos limites da nossa imaginação.
Fica bem.
Felicidades.
Manuel
De
Meg a 8 de Novembro de 2007 às 19:45
Luisa,
Gostei de ver aqui um dos poemas mais bonitos, para mim claro, do Mário Sá Carneiro.
Pena não ser tão divulgado quanto merece.
Um abraço
De
Maria a 8 de Novembro de 2007 às 20:56
Gostei imenso da pintura! O poema é bonito. Amiga eu sonho todos os dias. Um beijo.
De
Amita a 9 de Novembro de 2007 às 11:47
Uma beleza de poema com uma pintura condizente.
Do Mário deixo-te um outro poema intitulado "Epígrafe":
"A sala do castelo é deserta e espelhada.
Tenho medo de Mim. Quem sou? De onde cheguei?...
Aqui, tudo já foi... Em sombra estilizada,
A cor morreu - e até o ar é uma ruína...
Vem de Outro tempo a luz que me ilumina -
Um som opaco me dilui em Rei..."
Um bjinho grande e uma flor
Venho desejar-te um bom fim de semana.
Bjnhs
ZezinhoMota
Lindo poema de Francisco Sá Carneiro!
É sempre bom recordar os Bons!
Bom fim de semana.
beijinhos
Chicailheu
Venho corrigir, o comentário anterior, pois escrevi Francisco, em vez de Mário!!!
Chicailheu
Bonita pintura e um poema que reflete as saudades de alguns momentos da Vida, ela própria é uma passagem, e alguns sonhos do Ser Humano acabam por não se concretizarem.
Bom fim de semana.
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